Respeitar os idosos é aceitar o próprio futuro.
É bom lembrar que vivemos um tempo em que ninguém quer envelhecer: usamos todos os recursos para maquiar a idade e temos bons motivos para isso. O velho não é bem-visto -nem sequer é visto- pela sociedade. Quem tem mais de 50 anos tem dificuldade para arrumar emprego, encontrar um parceiro quando está sozinho, ter um programa de lazer adequado e ser respeitado pelas crianças e pelos jovens. A palavra "coroa" deixou de ter um sentido carinhoso e passou a ser pejorativo. Ofende-se quem é chamado de "coroa", mas a mesma pessoa pode sentir-se orgulhosa quando o adjetivo escolhido.
Escondido até na denominação "terceira idade" ou "melhor idade"- não é apenas uma questão de bons modos. Respeitar o idoso é reverenciar a experiência de vida, o conhecimento, a sabedoria acumulada de quem viveu e aprendeu, de quem sofreu, de quem tem um passado e uma história, de quem colaborou com a construção desse mundo e de quem deu a vida a quem hoje é jovem. Respeitar o velho é preservar nossa memória, aceitar o futuro e reconhecer o passado.
Temos um problema: a população brasileira envelhece, e os dados do censo são prova disso. Que contradição é essa que nos faz cegos a essa realidade? Ensinar e estimular crianças e jovens a conviver com os idosos pode ser positivo para ambos: aos mais novos, para que aprendam sobre a vida e a importância dos vínculos afetivos e dos compromisso assumidos, e aos mais velhos, para que ganhem um sopro de alegria, de entusiasmo, de esperança.
Sobretudo, o lugar destinado ao idoso em nossa sociedade se expressa na educação dos jovens através da família e educadores. Temos, no mínimo, um motivo bem egoísta para ter mais cuidado com essa questão: vamos envelhecer. Por isso, devemos valorizar os idosos, respeitando-os em todos os aspectos, que a lei, a ética, a moral e o senso de humanidade determinam.
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